“Ainda não é tarde para a Ucrânia vencer”, disse Jens Stoltenberg esta segunda-feira numa visita surpresa a Kiev. A terceira viagem do secretário-geral da NATO à capital ucraniana desde o início da invasão, em 2022, ocorre num momento de rápido avanço das tropas russas na frente de Donetsk. Numa aparição ao lado do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, Stoltenberg admitiu que a situação é desfavorável para as forças armadas ucranianas devido aos meses de atraso na transferência de armas pelos Estados Unidos e porque a União Europeia apenas forneceu metade do milhão projéteis de artilharia que ele havia prometido.
“A falta de munições permitiu à Rússia avançar na frente, a falta de defesas antiaéreas permitiu que os mísseis russos atingissem mais alvos, e a falta de capacidade de ataque de longo alcance permitiu aos russos concentrar mais forças, e nós estamos vendo agora as consequências”, reconheceu Stoltenberg. As tropas do Kremlin estão ganhando terreno especialmente na frente de Avdiivka, no leste do país. O Estado-Maior Ucraniano anunciou no domingo que havia retirado suas unidades de três outras aldeias para mover seus soldados para o. principal linha de defesa que protege a cidade de Pokrovsk.
O secretário-geral da Aliança Atlântica acrescentou que os 57 mil milhões de euros de ajuda aprovados este abril pelos Estados Unidos e o novo pacote de assistência anunciado pelo Governo britânico poderão representar uma mudança significativa a favor da Ucrânia. Stoltenberg deu como exemplo desta mudança favorável aos interesses de Kiev os anúncios que estão a ser feitos para o fornecimento de sistemas antiaéreos, com especial menção à Alemanha, Reino Unido, Austrália e Espanha. O Governo espanhol fornecerá uma quantidade limitada de munições ao Patriot, como noticiou o EL PAÍS, mas sem conceder a Kiev a bateria de lançamento, o radar e o seu centro de controlo móvel.
A visita de Stoltenberg ocorreu com três pontos-chave na agenda do seu encontro com Zelensky: planear o plano de assistência da NATO para os próximos cinco anos à Ucrânia, avaliado em 100 mil milhões de euros; tratar da coordenação logística da chegada expressa de armas americanas; e discutir os preparativos para a cimeira da Aliança Atlântica em Julho próximo, em Washington. Zelensky confirmou que as primeiras novas armas americanas já chegaram ao seu país.
Na reunião da NATO em Julho, como Stoltenberg deixou claro, a incorporação da Ucrânia como membro da NATO não estará na agenda porque não há consenso sobre isso entre os 32 estados que a compõem. Apesar disso, garantiu o político norueguês, um dia a Ucrânia fará parte da organização: “Moscou deve compreender que não pode vencer e que não pode nos eliminar. O lugar certo da Ucrânia é na OTAN. “A Ucrânia será membro da OTAN quando chegar a hora certa.”
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