A Presidente do México, Claudia Sheinbaum, apresentou este domingo o seu relatório sobre os primeiros 100 dias de governo num grande evento no Zócalo, na Cidade do México, onde reuniu milhares de apoiantes para destacar os progressos iniciais e os desafios da sua administração. No evento, Sheinbaum destacou a continuidade da mudança iniciada pelo seu antecessor Andrés Manuel López Obrador e reiterou o seu compromisso com os princípios do movimento que a levou ao poder.
Em seu discurso, Sheinbaum abordou os principais temas que marcaram o início de seu mandato, desde a violência em torno do tráfico de drogas em estados como Sinaloa até os desafios políticos, comerciais e de imigração colocados pela chegada iminente de Donald Trump como presidente do país. Estados Unidos. Ingressou.
“Eles nos criticam por continuarmos o projeto, mas é exatamente por isso que lutamos todos esses anos e para que fomos eleitos: continuar mudando a vida pública no México. “Não voltaremos ao regime de corrupção”, disse Sheinbaum. diante da multidão que o governo da Cidade do México estimou em 350.000 pessoas.
A presidente descreveu o seu governo como o “segundo andar” do projeto de transformação iniciado por López Obrador em 2018, sublinhando que as reformas avançadas durante o seu mandato visam consolidar um México mais justo e soberano.
Avanços na legislação e fortalecimento do Estado
Sheinbaum destacou a aprovação de várias reformas constitucionais nos seus primeiros meses de mandato, incluindo a reforma do poder judicial, que, segundo ele, garantiria a sua autonomia. Ele também destacou a recuperação de empresas estrategicamente importantes como a Petróleos Mexicanos (Pemex) e a Comissão Federal de Eletricidade (CFE), que atualmente estão sob controle estatal.
“Essas medidas são fundamentais para devolver ao povo mexicano os recursos que lhes pertencem e construir um país mais justo”, disse o presidente.
Além disso, defendeu o desaparecimento de alguns órgãos autónomos, argumentando que estas instituições eram ineficientes e mais receptivas aos interesses privados do que ao bem público.
Segurança: uma estratégia de quatro eixos
Sobre a segurança, Sheinbaum apresentou números que, segundo ela, reflectem o impacto positivo da sua estratégia, que se baseia em quatro pilares: abordar as causas da violência, consolidar a Guarda Nacional, utilizar a inteligência para combater o crime organizado e reforçar a coordenação interagências. Governos federais e estaduais.
“Entre setembro e dezembro de 2024, os homicídios dolosos diminuíram 16%, os ferimentos por arma de fogo diminuíram 20% e todos os roubos violentos diminuíram 5%. “Alguns querem que fracassemos, mas esta estratégia funcionará porque se baseia no humanismo, na dedicação e na honestidade”, afirmou.
Mas o presidente reconheceu que os desafios permanecem, especialmente em regiões como Sinaloa, onde quase 600 pessoas morreram desde Setembro, após a captura de Ismael “El Mayo” Zambada e de Joaquín Guzmán López, filho de Chapo.
Para combater a violência, Sheinbaum lançou recentemente o programa “Sim ao Desarmamento, Sim à Paz”, que visa encorajar os cidadãos a trocar armas por dinheiro e a substituir os brinquedos de guerra por brinquedos que promovam valores pacíficos nas crianças.
Um plano econômico abrangente
Como parte do evento, Sheinbaum também anunciou detalhes do chamado Plano México, que será apresentado oficialmente nesta segunda-feira. Explicou que se trata de uma política abrangente de desenvolvimento económico que inclui investimentos públicos e privados para promover a industrialização, o turismo e os serviços, com foco no desenvolvimento equitativo de todas as regiões do país.
“Este plano visa criar oportunidades para todos, reduzir as desigualdades e garantir um crescimento sustentável que beneficie os mexicanos”, assegurou.
Relações com os Estados Unidos e a chegada de Trump
Sheinbaum também dedicou parte do seu discurso às relações com os Estados Unidos antes de Donald Trump regressar à Casa Branca em 20 de janeiro. A Presidente sublinhou que o seu governo lutará por uma relação de respeito e diálogo, mas sem se subordinar às políticas do seu vizinho do norte.
“O México é um país livre, independente e soberano. “Nós coordenamos, trabalhamos juntos, mas nunca subordinamos”, gritou Sheinbaum, despertando o entusiasmo da multidão, que gritava “México, México!”
O presidente também respondeu aos comentários recentes de Trump, que declarou que “o México é governado por cartéis” e o chamou de lugar perigoso. Sheinbaum negou estas acusações e destacou os esforços dos migrantes mexicanos nos Estados Unidos.
“Os mexicanos são trabalhadores excepcionais, desde o campo até a universidade. “Nunca os esquecemos, pelo contrário, reconhecemo-los e defendemo-los”, disse ele, referindo-se claramente às ameaças de deportações em massa de Trump.
Uma revisão dos primeiros 100 dias
100 dias após a posse, Claudia Sheinbaum apresentou um relatório que focou na continuidade do projeto de transformação de López Obrador e destacou sucessos em questões legislativas, segurança e desenvolvimento económico. No entanto, ele também reconheceu os desafios que a sua administração enfrenta, desde a violência no tráfico de drogas até às tensões com os Estados Unidos.
O evento Zócalo simbolizou não apenas um relatório do governo, mas também uma demonstração de força política, já que milhares de pessoas apoiaram o seu governo. Sheinbaum deixou claro que a sua administração pretende consolidar os progressos alcançados nos últimos anos e continuar a trabalhar para um México mais justo, igualitário e soberano.