A Sociedade Estatal de Participações Industriais (SEPI) propôs Carlos Ocaña como diretor da Telefónica, representando o grupo público, segundo fontes conhecedoras. A proposta ocorre uma vez que a SEPI atingiu o limite legal de participação, entre 6,5% e 7% do capital da empresa, para solicitar representação no referido órgão de administração da operadora presidido por José María Álvarez. -Palete.
Na sua última comunicação oficial, realizada no dia 26 de abril, a SEPI indicou ter atingido 6,169% do capital da Telefónica, dando mais um passo no mandato do conselho de ministros para chegar aos 10%. O processo representa o início de uma nova etapa na operadora, com o regresso do Estado à sua participação acionária após a privatização de 1997.
Desta forma, a SEPI consolidar-se-ia como o maior acionista das telecomunicações, à frente da Saudi Telecom Company (STC), que em setembro passado anunciou a compra de 9,9% do capital da Telefónica, 4,9% diretamente em ações e 5% em derivados. Claro que para ultrapassar os 5% a STC deverá receber autorização do próprio Governo, dada a natureza estratégica da empresa.
No início de abril, o ministro da Economia, Comércio e Negócios, Carlos Body, confirmou que o Governo iria solicitar um assento no conselho da Telefónica. A SEPI, da mesma forma, sempre insistiu no desejo de permanecer na empresa. “A participação da SEPI proporcionará à Telefónica maior estabilidade acionista para que a empresa possa atingir os seus objetivos e, portanto, contribuirá para a salvaguarda das suas capacidades estratégicas”, afirma a organização.
Reestruturação do Conselho
Neste cenário, o conselho de administração da Telefónica nomeará Ocaña por cooptação, para posterior ratificação na próxima assembleia geral que terá lugar em 2025. A sua nomeação ocorrerá paralelamente à saída da administradora independente Carmen García de Andrés, como este jornal aprendeu. A direção do teleco reúne-se esta quarta-feira, na véspera da apresentação das contas do primeiro trimestre, após a reunião da Comissão de Nomeações.
Na recente assembleia geral, Isidro Fainé foi reeleito ou ratificado, como representante proprietário da CriteriaCaixa, e Javier Echenique, Peter Löscher, Verónica Pascual, Claudia Sender, Solange Sobral e Alejandro Reynal, como independentes.
Nesse evento, Pallete não mencionou expressamente o STC e a SEPI em seu discurso, embora tenha se referido indiretamente a ambos os grupos. “Damos as boas-vindas a quem decidiu participar nesse futuro e, claro, agradecemos a quem trilhou o caminho connosco, grandes e pequenos, porque souberam ver onde precisavam de estar”, declarou o executivo na sua declaração. discurso. Posteriormente, em suas respostas às perguntas dos acionistas, Pallete acrescentou que os novos acionistas contribuem para a estabilidade acionária da Telefónica, o que “reflete a confiança de longo prazo na estratégia da empresa”.
Trajetória
Na sua longa carreira profissional, Carlos Ocaña ocupou diversos cargos, tanto na administração pública como em empresas privadas. Entre outras responsabilidades, foi diretor-geral do gabinete do Ministro da Indústria, Turismo e Comércio, Miguel Sebastián, onde participou, entre outras iniciativas, do Plano Avanza, do Plano Integral de Política Industrial ou do Made in / by Plano Espanha.
Nessa etapa também atuou nos conselhos de administração da Paradores e da Red.es. Anteriormente, atuou como vice-diretor do gabinete do diretor da Casa Econômica da Presidência. Atualmente é vice-diretor geral do Real Madrid CF, onde ingressou em 2012. Também faz parte dos diferentes comités de decisão do clube merengue, liderando a área de inovação do Real Madrid Next. É também membro do Conselho Directivo da Escola Universitária Real Madrid, da Universidade Europeia, onde também é co-diretor e professor do Mestrado em Tecnologia e Transformação Digital aplicada ao Desporto.
Este conhecimento do mundo digital e de como a sua evolução pode impactar positivamente os negócios também o levou a ser membro do Comitê de Transformação Digital do Grupo Prisa (editor do El País e Cinco Días), membro do Conselho Consultivo do Instituto Hermes e do Observatório ADEI.
Ocaña, que trabalhou em consultoria estratégica, é licenciado em Economia pela Universidade Complutense de Madrid, com especialidade em Análise Económica, e PDG pela IESE Business School.
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