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Recentemente, o gigante nuclear francês Orano sofreu um grave revés, resultando num prejuízo de 133 milhões de euros no primeiro semestre de 2024. Esta diminuição deve-se à suspensão da importação de materiais necessários à produção de urânio na mina de Somaïr após o golpe de estado no Níger em 26 de julho de 2023.
Embora a empresa tenha tentado manter a mineração de urânio no início deste ano, Orano enfrentou restrições nas vendas de Somaïr devido a novas restrições logísticas impostas pelo governo militar nigeriano. Esta situação financeira crítica levanta preocupações sobre o futuro operacional da mina.
A situação agravou-se no final de Junho de 2024, quando o Níger revogou a licença de exploração da Imouraren SA, um projecto conjunto no qual Orano também está envolvido. Esta decisão indica um risco iminente de falência da mina, o que tem implicações não só para o Níger, mas também para a política energética estratégica da França.
Segundo a Electricité de France (EDF), a França é fortemente dependente da energia nuclear: 70,6% da eletricidade do país é gerada a partir da energia nuclear. O presidente Emmanuel Macron anunciou um “renascimento nuclear” em 2023 e planeia construir 14 novos reactores para reduzir a utilização de combustíveis fósseis.
Além disso, a invasão da Ucrânia pela Rússia reforçou a necessidade de um sector nuclear forte na Europa, o que levou a uma menor dependência do gás russo. Para compensar a perda de urânio do Níger, Orano está a diversificar as suas fontes, concentrando-se no Cazaquistão e em possíveis colaborações na Mongólia.
Apesar dos desafios, Orano mantém a sua perspetiva otimista e prevê vendas estáveis de cerca de 4,8 mil milhões de euros até ao final do ano, com uma margem de lucro antes de impostos entre 22% e 24%. Este cenário ilustra a ligação entre a política global e a segurança energética, bem como as estratégias da França para lidar com a turbulência geopolítica, e destaca o papel crucial da energia nuclear na sustentabilidade energética global.
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