O grupo Dia decidiu no ano passado sair de Portugal e está mais perto de sair também do Brasil. A rede de supermercados lançou um processo de reestruturação no país sul-americano que inclui o fechamento de 343 lojas não lucrativas, 60% do total, e três armazéns, enquanto manterá operacionais 244 estabelecimentos em São Paulo, conforme noticiou esta quinta-feira. . O objetivo é “alocar recursos aos mercados mais rentáveis e com maior potencial de crescimento, Espanha e Argentina”, segundo a empresa.
O Brasil foi a grande chatice do Dia no ano passado. O grupo reduziu as suas perdas globais em 75%, para 30 milhões de euros, graças ao forte impulso do negócio em Espanha, que regressou ao lucro pela primeira vez em seis anos. Mas o Números vermelhos dobraram no mercado brasileiro: passaram de 72 milhões em 2022 para 154 milhões em 2023. O CEO, Martín Tocalchir, indicou na apresentação de resultados no final de fevereiro que a forte concorrência, com atividade promocional agressiva, e a queda de os volumes de vendas do setor no Brasil estiveram por trás da piora das contas e que ao longo de 2024 decidiria o que fazer com a subsidiária, sem descartar a saída do país.
O encerramento de lojas de “baixo desempenho” é “a medida mais imediata” contemplada pela reestruturação comunicada esta quinta-feira à Comissão Nacional do Mercado de Valores Mobiliários (CNMV). Depois, haverá “uma análise posterior das diferentes alternativas estratégicas para o resto dos negócios da Dia no Brasil”, avança a nota. A Dia possui 587 lojas no Brasil, das 3.956 que possui no total.
“Esta decisão insere-se num plano de ajustamento das lojas no país que visa tentar dar estabilidade à estrutura do Grupo Dia no Brasil para que seja viável após os persistentes resultados negativos”, explica em comunicado. . A medida, segundo a empresa, permitirá concentrar os seus recursos em Espanha e na Argentina, “onde alcançou atualmente uma posição relevante com uma estratégia focada na distribuição local de alimentos”. Tanto a Espanha como a Argentina obtiveram lucros no ano passado, especialmente o mercado espanhol, com 122 milhões de euros.
A empresa teve prejuízo em 2018 e estava à beira da falência. Desde então, e após aumento de capital, os esforços têm sido direcionados para a simplificação da estrutura, a venda de estabelecimentos de grande formato, a aposta no comércio local e a promoção de marcas próprias. Neste primeiro semestre prevê concluir as operações de venda das perfumarias Clarel, com mil lojas em Espanha, ao grupo colombiano Trinity e das 458 lojas Minipreço à Auchan em Portugal, o que significa a sua saída deste país.
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