Desafios de filiação à segurança social em Espanha

Desafios de filiação à segurança social em Espanha
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O número de inscritos na segurança social em Espanha atingiu um total de 521.891 nos primeiros seis meses do ano, um aumento de 9,4% face ao mesmo período do ano passado. Este é um recorde histórico desde que esta série começou a ser registada em 2013. No entanto, este aumento surge num contexto de preocupações e reclamações de empregadores e sindicatos, aguardando a proposta da Vice-Presidente do Governo e da Ministra do Trabalho, Yolanda Díaz.

O Comité Europeu dos Direitos Sociais publicou recentemente uma resolução afirmando que os actuais sistemas de indemnização por despedimento, que prevêem um máximo de 24 meses de indemnização por despedimento, são incompatíveis com a Carta Social Europeia. Isto é problemático porque não proporciona uma compensação adequada aos trabalhadores nem dissuade suficientemente as empresas de procederem a despedimentos sem justa causa.

O PSOE e Sumar concordaram em rever as regras de despedimento para as alinhar com a legislação europeia. No entanto, esta medida causou divergências entre os ministros, pois implicava que as críticas da comissão fossem reconhecidas. Está a ser considerada a eliminação do limite salarial de 24 meses e a introdução de uma remuneração adicional dependendo das circunstâncias do trabalhador em causa.

Os sindicatos, especialmente a UGT, trouxeram este problema para a Europa, argumentando que as reformas laborais levaram a um aumento significativo de licenças por doença injustificadas. No primeiro semestre de 2021, as licenças por doença aumentaram 97%, indicando que muitas empresas estão a adoptar estratégias para evitar o pagamento de indemnizações adequadas e deixar os trabalhadores desprotegidos.

Embora alguns funcionários sejam forçados a enfrentar processos disciplinares sem compensação, muitos destes casos terminam em arbitragem ou litígio. Isto resulta em 33 dias de compensação, o que é caro para as empresas. Na verdade, muitos preferem justificar os seus despedimentos com razões objetivas e mais fáceis de argumentar na prática.

As estatísticas do Ministério da Segurança Social confirmam esta tendência: 54,9% dos despedimentos são classificados como medidas disciplinares individuais, enquanto apenas 41,85% se devem a razões objectivas, como razões económicas ou técnicas. É importante ressaltar que esses números são baseados na justificativa fornecida no momento da demissão e não em revisões posteriores.

Apesar da aparente melhoria no número de associados, os dados sobre demissões e custos também mostram um aumento nas licenças por doença. Esta situação agravou-se após a reforma trabalhista, que levou ao aumento das demissões, principalmente entre os trabalhadores recém-contratados ou com menos experiência.

O debate sobre a regulamentação da rescisão ainda está aberto. Alguns membros do governo temem que a revisão deste regulamento conduza a incerteza jurídica nas negociações. Está a ser discutida a possibilidade de manter o limite atual, mas de dar aos juízes mais ferramentas para concederem indemnizações mais elevadas em casos de despedimento sem justa causa.

O PSOE e a Sumar também preferem concentrar-se nos acordos que tratam da redução do horário de trabalho antes de entrarem no debate sobre as indemnizações por despedimento. A situação atual revela um panorama complexo que exige um equilíbrio entre a proteção dos direitos dos trabalhadores e a viabilidade económica das empresas.

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By Edward C. Tilton

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