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Segundo estudo da Logística Brasil, entre 2001 e 2023, o investimento na infraestrutura de transportes do Brasil caiu 16,42% em relação ao PIB nominal. Durante 24 anos, o investimento esteve abaixo do nível necessário, e o país não conseguiu atribuir sequer 1% do PIB a este importante sector sob cinco presidências diferentes.
Em 2023, a Associação Brasileira de Infraestrutura e Indústrias Básicas (Abdib) apontou que só o Brasil terá que investir 2,26% do PIB para cobrir a depreciação dos ativos do transporte público. A persistente falta de financiamento durante um quarto de século deteriorou a qualidade das infra-estruturas do país.
Os investimentos em infraestrutura de transporte são cruciais para reduzir os custos logísticos e os “custos Brasil”. A queda de 16,42% no investimento em relação ao PIB nominal entre 2001 e 2023 reflecte esta negligência.
O economista Riley Rodrigues de Oliveira enfatiza que o desempenho econômico está diretamente ligado à qualidade da infraestrutura de transportes. Melhores infra-estruturas reduzem os custos de distribuição de matérias-primas e produtos e aumentam a competitividade através de custos mais baixos de produção e transporte.
Durante o segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Brasil investiu a maior proporção do PIB em infraestrutura de transportes. Contudo, os governos subsequentes não mantiveram este nível de investimento, levando a restrições financeiras no final dos governos trabalhistas.
No governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, os investimentos em infraestrutura aumentaram, mas ainda não foram suficientes. A pandemia de COVID-19 aumentou ainda mais a pressão sobre os recursos, com o investimento ligeiramente acima de 0,5% do PIB.
Desde 2013, factores como os elevados défices orçamentais, os escândalos de corrupção, a volatilidade do mercado e a incerteza dos investidores fizeram com que o investimento em infra-estruturas diminuísse para 0,47% do PIB entre 2014 e 2023.
A luta de 24 anos do Brasil para investir em infraestrutura de transporte
Nos últimos 24 anos, o investimento público em infra-estruturas de transportes atingiu uma média de 0,30% do PIB nominal, atingindo um pico de 0,55% em 2010. O investimento do sector privado atingiu uma média de 0,29% do PIB, atingindo um pico de 0,43% em 2005. Entre 2012 e 2021, o setor privado liderou os investimentos, com uma média de 0,26% do PIB. Recentemente, o governo federal voltou a assumir a liderança, investindo 0,33% do PIB, ante 0,24% no setor privado.
O estudo da Logística Brasil propõe a ampliação de concessões e parcerias público-privadas integradas aos reguladores para garantir a conclusão tempestiva dos projetos. Oliveira recomenda mudar o foco dos grandes projetos para iniciativas menores, que sejam implementadas rapidamente e beneficiem toda a cadeia econômica.
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