A crise energética parece ter tornado as famílias espanholas muito mais conscientes dos muitos euros que vão pelo ralo de maus contratos de energia, uma fonte inesgotável de lucros para as grandes empresas do sector e de perdas para os pequenos consumidores. Se antes do aumento de preços sem precedentes em 2021 e, sobretudo, em 2022, apenas uma em cada dez famílias tinha mudado de retalhista nos últimos doze meses, hoje é uma em cada sete. Uma subida notável que, longe de diminuir com a recente descida do preço destes insumos, continuou a agitar o mercado. Acima de tudo, no caso do gás.
13,9% dos lares espanhóis mudaram de eletricidade no quarto trimestre do ano passado, segundo dados publicados esta sexta-feira pela Comissão de Mercados e Concorrência (CNMC). Número que sobe para 14,4% no caso do gás natural. Em ambos os casos, as alterações no fornecedor de energia são notavelmente superiores às registadas nas outras três rubricas analisadas pelo regulador: banda larga fixa, telefonia móvel e televisão por subscrição.
No caso da energia, o motivo da troca é claro na maioria dos casos: mais de 80% o fazem para tentar diminuir a conta. A maioria também classifica o processo como “muito fácil”, “bastante fácil” ou “fácil”. Entre os que optaram por não mudar de fornecedor de electricidade e gás, as duas principais razões apresentadas foram que ou estavam “satisfeitos” com a tarifa actual ou que, mesmo não sabendo se o seu operador lhes oferecia boas condições, não o fizeram. acredito que poderia economizar muito com a mudança. Um erro, este último, muito comum em muitos lares.
Contudo, se o enfoque for alargado, os números mostram uma relutância histórica de muitas famílias em mudar de fonte de energia: apenas 44% dos consumidores de gás e 43% dos consumidores de electricidade alguma vez mudaram de empresa, em comparação com — por exemplo — 58% dos consumidores de electricidade. a internet em casa. Tudo isto, apesar das muitas opções para reduzir a conta – há legiões de famílias que pagam mais do que deveriam pelos seus fornecimentos – e de ferramentas como o comparador de contas da própria CNMC.
Embora os dados publicados esta sexta-feira não ofereçam detalhes sobre o tipo de mercado em que ocorrem estas mudanças, os últimos dados do regulador já apontavam para uma tendência de esvaziamento do mercado livre – aquele que mais clientes conquistou na crise energética, quando as famílias procuravam protecção, ainda que a um custo, das taxas fixas – a favor das regulamentadas.
Relativamente às cláusulas de permanência, cada vez menos comuns nos contratos de energia, sete em cada dez consumidores de eletricidade e gás afirmam não ter assinado nenhuma com o seu fornecedor. Aqueles que o fizeram não chegam a um em cada dez – e estão a diminuir. O restante, pouco mais de 20%, desconhece isso.
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