O Governo acelera o ritmo com a habitação. Numa semana em que o Executivo tem feito vários anúncios sobre o assunto, esta quinta-feira será a vez de ouvir os empresários do setor. Moncloa convocou uma reunião com os empregadores do setor imobiliário, bancário e de construção, que se sentarão com o presidente, Pedro Sánchez, e a ministra da Habitação, Isabel Rodríguez, que estarão acompanhados por outros altos funcionários de ambos os departamentos.
À reunião, cuja convocatória foi avançada pelo O confidencial, estarão presentes representantes da Associação de Promotores e Construtores de Espanha (APCEspaña), da Confederação de Cooperativas de Habitação de Espanha (Concovi), da Associação de Gestores de Habitação (AGV) ou da Confederação Nacional de Construção (CNC). . Também foram citadas as duas principais associações patronais financeiras, a Associação Espanhola de Bancos (AEB) e a Confederação Espanhola de Caixas Económicas (CECA), conforme confirmado pelo EL PAÍS.
O formato do encontro, com a presença do presidente, pretende tornar visível a importância que o Governo dá às políticas de habitação. No entanto, não será a primeira reunião do ministro com muitos dos representantes empresariais que comparecerão. Desde que foi nomeada chefe da Habitação em novembro passado, Rodríguez ouviu as reclamações e solicitações de muitos deles. Sem ir mais longe, no dia 21 de março participou na assembleia anual do CNC.
A ministra encerrou a reunião com o presidente da entidade, Pedro Fernández-Alén, sentado ao seu lado. Antecedeu-o no discurso, no qual reivindicou algumas das reivindicações que a associação patronal vem veiculando há algum tempo. E são eles que provavelmente se repetirão amanhã. Aliás, o gestor levantou nesse evento um decálogo de medidas relativas à habitação que começam com o pedido de um pacto de Estado, no qual pretendem também que sejam incluídas as Administrações regionais e locais.
A ação no mercado de trabalho também tem sido uma solicitação recorrente na agenda das associações patronais da construção há algum tempo. Empresários reclamam da falta de mão de obra. De facto, na mesma intervenção em que detalhou o decálogo da organização com o ministro, Fernández-Alén exigiu um “plano de choque” na Formação Profissional. A CNC, nisso concorda com os sindicatos, sempre solicitou que fosse promovida a Fundação do Trabalho na Construção, instituição da qual participam os empregadores e as principais organizações sindicais e na qual é ministrada formação para trabalhar no sector. Esta quinta-feira, a menos que a agenda dê errado, será Pedro Sánchez quem ouvirá em primeira mão todas estas reivindicações.
O Governo, por seu lado, pode orgulhar-se de já ter implementado muitas medidas deste decálogo, como garantias hipotecárias para jovens ou a utilização de fórmulas de colaboração público-privada para construir apartamentos de aluguer a preços acessíveis. Outras iniciativas são incipientes, como a lei de terras que ficou em tramitação no mandato passado devido às eleições antecipadas e que o Executivo quer aprovar agora.
No entanto, também haverá muitos pontos negros ou divergências nos pontos de visto. Esta mesma semana, sem ir mais longe, a APCE respondeu em tom crítico ao anúncio de Sánchez de eliminação dos vistos gold para investimento imobiliário. “É uma questão que não terá impacto no setor”, disse o presidente daquela associação, Juan Antonio Gómez-Pintado. No mesmo comunicado, o empresário promotor deu pistas sobre o que poderá ser a sua intervenção amanhã, ao associar o problema habitacional à “falta de oferta” e apelando ao “desenvolvimento e gestão eficaz dos terrenos para produzir mais habitação”. .
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