A UE está a preparar sanções contra três empresas chinesas, uma indiana e duas dos Emirados Árabes Unidos, considerando que estão a contribuir para o esforço industrial e militar da Rússia na sua guerra na Ucrânia. Nas suas iniciativas para tentar sufocar a máquina de guerra do Kremlin através de invasões em grande escala, a União centra-se mais uma vez em componentes de dupla utilização, originalmente peças civis que podem ser utilizadas por Moscovo para construir armas, de acordo com a lista que o Grupo de Acção Externa (SEAE) enviou aos Estados-membros para análise e aos quais o EL PAÍS teve acesso. Além disso, a UE quer proibir a exportação para a Rússia de qualquer tipo de peças utilizadas para o desenvolvimento de drones, segundo o documento.
O SEAE já tentou sancionar empresas chinesas por contribuírem indiretamente para o desenvolvimento da máquina militar russa com as suas exportações para Moscovo, mas a proposta nunca foi aprovada e não recebeu aprovação dos Estados-membros. Em ocasiões anteriores, Pequim garantiu que negociaria com as referidas empresas. A medida, porém, é complexa, a China é um parceiro importante para a UE – e especialmente para alguns dos seus aliados, como a Alemanha – e a aprovação das sanções é feita por unanimidade.
Dois anos depois da guerra em grande escala do Kremlin contra a Ucrânia, a UE ainda tenta tapar os buracos que permitem a Moscovo alimentar a sua indústria e contornar as restrições.
Na proposta, o SEAE incluiu também empresas da Turquia, Hong Kong, Sri Lanka, Sérvia, Tailândia e Cazaquistão. A UE quer aprovar a nova lista nos próximos dias para anunciá-la, coincidindo com o aniversário da invasão, 24 de fevereiro. Seria a 13ª rodada de sanções contra o Kremlin. A medida proibirá as empresas europeias de negociar com as mencionadas.
Paralelamente, Bruxelas prepara-se também para acrescentar à lista sancionada dezenas de novos nomes, que verão os seus bens em solo europeu congelados e serão proibidos de viajar para território comunitário. O SEAE quer incluir entre os sancionados mais governadores russos que participaram na mobilização de soldados e mais membros das autoridades impostas pelo Kremlin em Kherson (Ucrânia). Também aos líderes de organizações juvenis nacionalistas que organizam atividades “inclusive de natureza militar” com menores entre seis e 18 anos, com base em “valores e objetivos tradicionais russos”, simularam batalhas e encontros com soldados russos que chegam da frente.
Também na lista confidencial consultada por este jornal está um juiz nomeado por Putin que atua na Crimeia ocupada e que persegue “sistemática e massivamente” cidadãos da Ucrânia por razões políticas, abusando das leis antiterroristas e antiextremistas.
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